Existe uma crise no mundo contemporâneo que afeta a todos nós, a crise do profissionalismo.
É contraditório por que o mercado de trabalho nunca teve tantos profissionais com qualificação, com muito mais anos de estudo e currículos bem mais abrangentes do que tempos atrás.
Então, o que causa esta crise?
Vou me arriscar a diagnosticar, até por que o intuito é provocar mesmo a discussão.
Anos atrás o mercado era tomado por gente sem tanta formação profissional mas, comparativamente, a sensação é de que as coisas funcionavam melhor.
Alguns diriam que hoje tudo é mais complexo e elaborado, no entanto, lembro que nunca tivemos tantas ferramentas a disposição, basta lembrar que substituímos máquinas de escrever e de calcular por computadores, papel carbono por impressoras.
Hoje o mercado é tomado por gente que estudou até no exterior, domina mais de uma língua, tem Pós ou algum MBA’s, no entanto a sensação que temos como beneficiários e usuários é de que para se conseguir algo é um parto.
Vamos pegar alguns comparativos, claro, correndo o risco de cometer alguma injustiça mas, reitero, o objetivo é provocar discussão.
A área de propaganda se tornou uma das mais concorridas do mercado de trabalho, é dos vestibulares mais concorridos e difíceis, no entanto, há quanto tempo você não vê uma propagando inesquecível?
Anos atrás discutíamos nas rodinhas qual era a melhor propaganda da temporada, elas popularizavam bordões, apelidos para os colegas, ganhavam prêmio, se tornavam até mais interessante que o próprio produto, você se lembrava da propaganda mas não lembrava do produto anunciado.
Propagandas antigas são dos temas mais buscados no Youtube, desde caranguejos e bichinhos de uma cerveja, meu primeiro sutiã, formiguinhas lançadas longe por uma caixa de som, fino que satisfaz e assim vai.
E hoje? É mais fácil discutir o que tal propaganda quer sugerir, mais comum tentarmos decifrar e criar grupos de estudo para desvendarmos a mensagem subliminar do que tecermos elogios encantados com a criatividade das propagandas.
Outra área que se tornou obsessão entre os vestibulandos são as áreas ligadas à informática.
Temos 39 milhões de usuários de internet, computadores vendendo como nunca, em todo lugar há um sistema controlando nossas vidas.
Se ainda controlassem de maneira decente, mas quem nunca sofreu com a perda de uma informação, com sistemas que não se “conversam”, com a queda do sistema naquela hora fundamental?
Temos profissionais demais na área mas parece que seguem a risca a Lei de Murphy:
É contraditório por que o mercado de trabalho nunca teve tantos profissionais com qualificação, com muito mais anos de estudo e currículos bem mais abrangentes do que tempos atrás.
Então, o que causa esta crise?
Vou me arriscar a diagnosticar, até por que o intuito é provocar mesmo a discussão.
Anos atrás o mercado era tomado por gente sem tanta formação profissional mas, comparativamente, a sensação é de que as coisas funcionavam melhor.
Alguns diriam que hoje tudo é mais complexo e elaborado, no entanto, lembro que nunca tivemos tantas ferramentas a disposição, basta lembrar que substituímos máquinas de escrever e de calcular por computadores, papel carbono por impressoras.
Hoje o mercado é tomado por gente que estudou até no exterior, domina mais de uma língua, tem Pós ou algum MBA’s, no entanto a sensação que temos como beneficiários e usuários é de que para se conseguir algo é um parto.
Vamos pegar alguns comparativos, claro, correndo o risco de cometer alguma injustiça mas, reitero, o objetivo é provocar discussão.
A área de propaganda se tornou uma das mais concorridas do mercado de trabalho, é dos vestibulares mais concorridos e difíceis, no entanto, há quanto tempo você não vê uma propagando inesquecível?
Anos atrás discutíamos nas rodinhas qual era a melhor propaganda da temporada, elas popularizavam bordões, apelidos para os colegas, ganhavam prêmio, se tornavam até mais interessante que o próprio produto, você se lembrava da propaganda mas não lembrava do produto anunciado.
Propagandas antigas são dos temas mais buscados no Youtube, desde caranguejos e bichinhos de uma cerveja, meu primeiro sutiã, formiguinhas lançadas longe por uma caixa de som, fino que satisfaz e assim vai.
E hoje? É mais fácil discutir o que tal propaganda quer sugerir, mais comum tentarmos decifrar e criar grupos de estudo para desvendarmos a mensagem subliminar do que tecermos elogios encantados com a criatividade das propagandas.
Outra área que se tornou obsessão entre os vestibulandos são as áreas ligadas à informática.
Temos 39 milhões de usuários de internet, computadores vendendo como nunca, em todo lugar há um sistema controlando nossas vidas.
Se ainda controlassem de maneira decente, mas quem nunca sofreu com a perda de uma informação, com sistemas que não se “conversam”, com a queda do sistema naquela hora fundamental?
Temos profissionais demais na área mas parece que seguem a risca a Lei de Murphy:
“Sistemas complexos tendem a produzir defeitos complexos”
“Sistemas simples tendem a produzir defeitos ainda mais complexos”
“Sistemas a prova de idiotas só são usados por idiotas”
“Os computadores são os idiotas mais inteligentes que existem”.
Parece que por trás de cada dor de cabeça da vida moderna existe um sistema que falha.
Pode parecer exagerado, mas na virada do ano, quando estiver revendo os problemas do ano que termina, é provável que muitos deles estejam associados a um erro de sistema.
Uma das carreiras mais antigas no mercado é administração, e desta eu falo de uma posição confortável.
A grande discussão entre administradores é se prevalece a ciência ou a arte no exercício profissional. Não tenho dúvida que é a arte, basta ver que por trás de muitos casos de sucesso havia alguém que jamais cursou administração, não que seja desnecessário cursar, ao contrário, é através do curso que você refina sua técnica, amplia sua capacidade profissional, mas talento não se compra.
Convenhamos, está difícil encontrar bons administradores, mesmo os que não são formados mas exercem as funções típicas e, supostamente, chegaram ao cargo por méritos.
Quantas reuniões improdutivas, quantas decisões descabidas, quantos métodos fracassados, quanta incapacidade de lidar com o ser humano? Todos têm alguma crítica a fazer, tudo bem, sempre tem algum interesse nisso, mas muitas vezes as críticas são mais do que justas.
Pior quando as decisões conduzem impiedosamente um grupo para o abismo, para uma situação que parece sem volta e ficamos impotentes.
Mas olhando em volta você enxerga salvação? Vê alguém na equipe que acredita piamente resolver todos os problemas? Com sorte sim, mas seguindo o padrão, as possibilidades são tão ou mais assustadoras.
Eu poderia falar de várias profissões, posso ter esquecido alguma, mas estas, com pequenas variações, estão no dia a dia da maioria de nós.
É uma crise geral, você olha em volta e vê profissionais que não sabem se comunicar, que não sabem decidir, que não sabem combinar numa única ação todo conhecimento adquirido.
Um dos conceitos de inteligência diz que é a capacidade de combinar conhecimento adquirido.
É neste ponto que começa meu diagnóstico.
Conhecimento não falta, nunca se teve tanto acesso à conhecimento, mas poucos sabem lidar com tanto conhecimento.
Isto afeta nosso cotidiano, sejamos clientes, usuários ou profissionais de uma mesma empresa.
Sempre temos alguma reclamação a fazer, uma dor de cabeça para resolver que acaba se transformando numa noite mal dormida e se reflete por um bom tempo no nosso bem estar.
Erros ou falhas, de todos os profissionais, não só os mencionados como exemplos, não nascem do desconhecimento, são subprodutos da educação que estamos recebendo ou dando.
Cada vez mais desaprendemos a nos relacionar, a ceder, a negociar, a refletir, a agir como parte de um grupo social, nos tornamos egoístas, individualistas, isolacionistas.
Pensar “socialmente” significa tentar entender as expectativas dos outros, a compreender o mundo como um todo não um universo particular, a construir, decidir e/ou criar como parte de uma engrenagem onde é possível prever os desdobramentos e efeitos que nossa ação causará no todo.
São coisas que se aprendia em casa, na escola, éramos expostos a exigências e sacrifícios que nos ensinavam a observar mais, perceber o ambiente, conhecer mais as pessoas, para sobreviver e sermos aceitos precisávamos ser sociais ou, melhor dizendo, parte da sociedade.
Pode parecer exagerado, mas na virada do ano, quando estiver revendo os problemas do ano que termina, é provável que muitos deles estejam associados a um erro de sistema.
Uma das carreiras mais antigas no mercado é administração, e desta eu falo de uma posição confortável.
A grande discussão entre administradores é se prevalece a ciência ou a arte no exercício profissional. Não tenho dúvida que é a arte, basta ver que por trás de muitos casos de sucesso havia alguém que jamais cursou administração, não que seja desnecessário cursar, ao contrário, é através do curso que você refina sua técnica, amplia sua capacidade profissional, mas talento não se compra.
Convenhamos, está difícil encontrar bons administradores, mesmo os que não são formados mas exercem as funções típicas e, supostamente, chegaram ao cargo por méritos.
Quantas reuniões improdutivas, quantas decisões descabidas, quantos métodos fracassados, quanta incapacidade de lidar com o ser humano? Todos têm alguma crítica a fazer, tudo bem, sempre tem algum interesse nisso, mas muitas vezes as críticas são mais do que justas.
Pior quando as decisões conduzem impiedosamente um grupo para o abismo, para uma situação que parece sem volta e ficamos impotentes.
Mas olhando em volta você enxerga salvação? Vê alguém na equipe que acredita piamente resolver todos os problemas? Com sorte sim, mas seguindo o padrão, as possibilidades são tão ou mais assustadoras.
Eu poderia falar de várias profissões, posso ter esquecido alguma, mas estas, com pequenas variações, estão no dia a dia da maioria de nós.
É uma crise geral, você olha em volta e vê profissionais que não sabem se comunicar, que não sabem decidir, que não sabem combinar numa única ação todo conhecimento adquirido.
Um dos conceitos de inteligência diz que é a capacidade de combinar conhecimento adquirido.
É neste ponto que começa meu diagnóstico.
Conhecimento não falta, nunca se teve tanto acesso à conhecimento, mas poucos sabem lidar com tanto conhecimento.
Isto afeta nosso cotidiano, sejamos clientes, usuários ou profissionais de uma mesma empresa.
Sempre temos alguma reclamação a fazer, uma dor de cabeça para resolver que acaba se transformando numa noite mal dormida e se reflete por um bom tempo no nosso bem estar.
Erros ou falhas, de todos os profissionais, não só os mencionados como exemplos, não nascem do desconhecimento, são subprodutos da educação que estamos recebendo ou dando.
Cada vez mais desaprendemos a nos relacionar, a ceder, a negociar, a refletir, a agir como parte de um grupo social, nos tornamos egoístas, individualistas, isolacionistas.
Pensar “socialmente” significa tentar entender as expectativas dos outros, a compreender o mundo como um todo não um universo particular, a construir, decidir e/ou criar como parte de uma engrenagem onde é possível prever os desdobramentos e efeitos que nossa ação causará no todo.
São coisas que se aprendia em casa, na escola, éramos expostos a exigências e sacrifícios que nos ensinavam a observar mais, perceber o ambiente, conhecer mais as pessoas, para sobreviver e sermos aceitos precisávamos ser sociais ou, melhor dizendo, parte da sociedade.
E o que é Sociedade?
Conforme Aurélio:
1.Agrupamento de seres que vivem em estado gregário: sociedade humana; sociedade de abelhas.
2.Conjunto de pessoas que vivem em certa faixa de tempo e de espaço, seguindo normas comuns, e que são unidas pelo sentimento de consciência do grupo; corpo social: a sociedade medieval; a sociedade moderna.
3.Grupo de indivíduos que vivem por vontade própria sob normas comuns; comunidade: sociedade cristã; sociedade de hippies.
4.Meio humano em que o indivíduo se encontra integrado: A sociedade constitui-se de classes de diferentes níveis.
5.Relação entre pessoas; vida em grupo; participação, convivência, comunicação.
De repente estes conceitos ficaram tão distantes da prática, já não pensamos como grupo, é mais comum ações em bando, na realidade não sabemos pensar como parte de um grupo, não exercemos mais a complexidade do pensar como parte de algo, vivemos a simplicidade de pensar somente como individuo.
Vivendo assim, desaprendemos tantas coisas, como a sensibilidade do toque, o apuro da fala, a sentir pelo outro, a superar o fracasso, a sobreviver ao erro, a capacidade de perdoar, a saber dividir, a apreciar, a observar, a prever a reação a uma ação, a olhar bem mais que só o seu caminho tentando enxergar caminhos onde o prazer esteja no encontro, não na facilidade de percorrê-lo sozinho.
Desaprendemos tanta coisa que é impossível sermos bem sucedidos com tão poucos recursos para a sobrevivência.
Não me venham falar que o mundo está mais competitivo, o mundo sempre foi competitivo, antigamente a solução de uma discórdia era a morte, em outros tempos mal se completava 30 anos, morríamos em guerras, em disputas, no meio de traições, pestes, secas, etc.
A competitividade também é saudável, se foi causa de momentos negros também foi por tantas vezes uma das forças motrizes da humanidade.
Não se apeguem as explicações fáceis, não escondam o que de fato estamos nos tornando: individualistas.
Nos tornamos adeptos do simplismo, do nada complexo, tudo acessível e compreensível.
Como então ser capaz de tomar decisões complexas? Como então ser capaz de avaliar os desdobramentos de nossas ações? Como ser criativo diante das crises e dificuldades? Como então ser o profissional completo que tanto ambicionamos?
Talvez seja hora de rever alguns conceitos, talvez não esteja nas faculdades e escolas a explicação para a decadência do profissionalismo, é em casa que começa a se desenhar o profissional bem sucedido do futuro, cabe a nós criarmos desde pequenos o ambiente ideal para a formação do profissional do futuro.
Bom, é minha teoria, aberta a discussão.
:-) Espero ao menos que seja uma discussão produtiva.