quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Biblioteca da Vida

Quem já teve a paciência de passear por este blog deve ter visto várias postagens de pequenas histórias, contos, frases, etc.

Adoro frases, adoro pequenos contos, adoro os ensinamentos que todos eles trazem, e que passam despercebidos.

Desde crianças ouvimos certas histórias mas nunca captamos seu real conteúdo, é preciso o último livro da moda pra aprendermos algo que está no nosso consciente desde mais novos.

São contos que falam de atitudes, decisões, postura, confiança, amizade, amor... Que nos ensinam a lidar com as diversas situações da vida, a entendermos o mundo e as pessoas, nos preparam para o viver.

Talvez pela precocidade que lemos ou ouvimos, perdemos a essência, mas sempre é tempo de revisitar e descobrir novos encantos nos velhos textos.

Podem ser úteis quando enfrentarmos os próximos desafios em nossas vidas, nos ajudar a tomar decisões que estamos adiando a tanto, nos mostrar caminhos que parecem obscuros.

Cada vez mais nos tornamos preguiçosos pra pensar e, conseqüentemente, decidir, andamos em bandos e agimos como parte, o que é padrão no bando passa a ser nosso padrão.

Não sabemos mais decidir, identificar valores, nos posicionar, demonstrar o que sentimos, usamos cada vez mais o caminho fácil seja oferecendo sinais, seja lendo sinais.

É preciso tão pouco pra ser aceito.

Somos medrosos, covardes, medíocres que se apoiam em desculpas, na falta de sentido, no banal.

Não construímos casas fortes como nos três porquinhos, não somos solidários como os sete anões, não seguimos em frente com nossas decisões como em cinderela, não temos coragem como em chapeuzinho vermelho, não amamos como a bela adormecida, não sonhamos como em todas as histórias. Vivemos só o lado encantador dos contos de fadas.

Buscamos ensinamentos em livros de adulto quando estão em nossas memórias tudo que precisamos saber.

Atitude, coragem, convicção. Separar o bem do mal. Tomar decisões. Respeitar o outro. Superar os obstáculos. Acreditar em nós e naqueles que nos amam.

Muitas das histórias aqui postadas não são tão famosas: o cocheiro que conforme conduz sua carroça ajeita as abóboras, o coração ferido do velho que jamais deixou de se doar, a águia que se renova, dos três sapos na beira da lagoa...

São tantas que certamente esqueci alguma, não por serem menos importantes, claro que algumas tocam mais a gente, vc mesmo(a) deve ter sua história favorita.

Mas vejo em todas as histórias um grande ensinamento: atitudes valem mais que mil palavras.

Todas as histórias falam de atitudes, decisões, nos ensinam como é importante pensar e agir pro nosso bem, pensando naquilo que nos faz feliz, não naquilo que esperam de vc. Sair do conveniente, enfrentar o desconforto pra poder ser feliz.

Para finalizar, um texto que li recentemente:

- Levo a vida como playmobil, nada será capaz de tirar meu sorriso no rosto.

4 comentários:

A Tela disse...

... e eu sorri...de encantamento!

M. disse...

Oi observador, é a primeira vez que venho aqui e adorei esse seu pseudônimo "Observador" soa tão fantasmagórico.

Então, já parou para pensar que os contos de fada "do nosso tempo" já perderam a magia? É triste dizer isso, mas a sociedade está mudando, talvez erradamente, e gostemos ou não estamos ficando para trás.

"Relatos de um observador e atento ouvinte. Conversas geram reflexão, reflexão gera aprendizado, aprendizado se dissemina."

Gostei do movimento cíclico do subtitulo do seu blog!

Amplexos Observador.

Anônimo disse...

Você tem a suavidade da sabedoria. É tão "aconchegante" entrar aqui e "ficar à vontade" nos seus textos.

A questão da precocidade de algumas leituras é assunto corriqueiro nas minha (amadoras) discussões a respeito de literatura. Sobretudo quando falamos dos clássicos.

Como entender os dramas de Clarice, sem nunca ter tido uma insônia? Como atingir a alma simples de Macabéa? Como entender o "olhar" da Capitu, sem nunca ter sido atacado por uma dúvida? Como entender a inveja de Juliana, sem conhecer a quantas diferenças podemos estar submetidos? Como entender os conselhos vagos do Gato Cherishire, sem nunca ter se perdido num caminho? Como entender a alma livre de Madame Bovary, sem nunca ter se sentido aprisionada pela vida? Como entender a alma dura de Heathcliff, sem nunca ter amado uma Catherine?

A questão se estende a outros âmbitos e nos percegue por toda vida.

Como entender uma questão (teórica) sem nunca ter sido personagem da história?

De novo, lindo texto.
Casa da Mariah

Izabel disse...

Eu tb adoro ler livros, contos, frases e pensamentos... gosto de tudo o que possa me trazer ensinamentos. Acho lindo saber, pelo menos num breve momento, que a vida pode ser diferente bastando mudar pensamentos e atitudes. Mas não é tão simples assim... não é como uma receita de bolo onde basta reunir e misturar os ingredientes. Cada um tem uma vivência, crenças, bagagem de vida. Creio que a saída é não nos cobrar-nos tanto pois nunca seremos perfeitos. E tb parar de fugir do real por não nos acharmos adequados. A vida passa rápido...

Beijos ;)

Izabel