quinta-feira, 28 de junho de 2007

Os problemas são sempre os mesmos...

As soluções é que mudam...
Somos seres requintados, cada um dotado de ferramentas para vencer e alcançar o sucesso, no entanto, são lançados durante o longo caminho de nossas vidas alguns desafios só para nos testar, para desenvolvermos melhor o uso de nossas ferramentas, para nos amadurecer.
Evidentemente não faria sentido se fossem desafios fáceis, o intuito é justamente aumentar a carga para ver se somos merecedores do sucesso, da vitória.
Algumas vezes a vitória está do outro lado do obstáculo, um simples obstáculo e não conseguimos por fraqueza, porque fazemos escolhas erradas.
Mas não é tão simples assim, como eu já disse antes, somos mestres na arte de mentir, e a maior vítima de nossas mentiras somos nós mesmos.
Quantas vezes você estava solitário (solidão é um desafio constante em nossas vidas) e você se apegou à primeira pessoa que tinha ao alcance, a que te oferecia o mínimo possível para justificar a entrega?
Quantas vezes você olhou uma ótima oferta de trabalho e viu o nível dos concorrentes e encontrou uma boa desculpa pra não tentar?
Na década de oitenta o Ultraje a Rigor, banda de rock paulista fez o hino mais apropriado para a maioria de nós, aqueles que preferem levar uma vida mediana com medo da responsabilidade de viver uma vida intensa.

Terceiro

Todo equipado, preparado na
linha de partida
daqui a pouco vai ser dada a saída
Todo mundo nervoso e eu não tô nem aí
O importante é competir
Então tá, vamo lá, nem vou me preocupar
Já tá tudo armado pr'eu me conformar
Eu vou tentar só pra não falar que eu nem
sou atleta
Ia ser legal chegar junto na frente
Mas iam falar que quero ser diferente
Tá bom demais, pelo menos eu não saio da
reta
Por isso eu sempre sou Terceiro!
Ôba-Ôba!
Terceiro!

Pra mim tá louco de bom!
Marcando passo vou seguindo sem ser muito ligeiro
Com cuidado pra não ser o primeiro
É bonito, eu imito mas o podium não é pra mim
Eu não sou a fim!
Se eu me esforço demais vou ficar cansado
Já dá pra enganar eu ficando suado
Se reclamarem eu boto a culpa no patrocinador
Não botaram fé porque não ia dar pé
Não ia dar pé porque não botaram fé
De qualquer forma eu pego um bronze porque eu gosto da cor
Por isso eu sempre sou Terceiro!
Ôba-Ôba!
Terceiro!

Você se flagrou cantando alegremente? Pois é.
Nas nossas mentiras adequadas, tudo começa a parecer certo, o mínimo vira máximo, o fracasso vira vitória, o erro vira acerto, o mediano ganha proporções ilimitadas e sorrimos amarelo acreditando, muitas vezes sinceramente, que atingimos nossos objetivos.
É impressionante como duvidamos de nossa capacidade e, normalmente, contrariamos as expectativas dos outros. Todos a nossa volta acreditam na gente, muitos só pra agradar, mas muitos realmente percebem em nós os meios pra vencer, percebem que carregamos as tais ferramentas pro sucesso.
Mas é tão assustador enxergar o futuro que nos cabe, dá até friozinho na barriga. Porque não ficar vivendo essa vida mansa, sem tanta responsabilidade, cuidando das compras do mês, assegurando que de noite eu possa ver a novela das oito só pra ter assunto no dia seguinte, poder comprar uma roupa legalzinha no shopping, ver aquele filme de ação que não exige grandes reflexões, ouvir aquele funk engraçado ou o último sucesso em axé, criar os filhos como miniaturas de algum astro, idolatrar Alemão e Íris fingindo acreditar que eles realmente se amavam?
Só que um dia você se verá sentado num sofá pensando em quanta coisa abdicou, em quanto deixou de conquistar, perceberá que você sempre teve meios para alcançar pontos mais altos em sua vida mas deixou tudo isso por medo, preguiça ou simples carência.
Você vai se arrepender de ter tomado decisões num momento de solidão ou de insegurança que mudaram sua direção, que te levaram ao caminho fácil, vai se arrepender de ter mentido para você mesmo para tornar menos amarga a decisão de optar pelo caminho fácil, de deixar de lado as tais ferramentas de sucesso só para fugir de seu destino que te parecia tão difícil.
Como é duro descobrir que você podia ter tudo que sempre sonhou, que tinha todos os recursos, que teve todas as oportunidades mas simplesmente abandonou porque num dado momento de sua vida você fraquejou.
Desde pequenos ouvimos falar em leis da natureza, mais velhos ouvimos falar sem entender muito sobre teoria do caos, mal sabemos que uma e outra regem nossas vidas.
Tudo que fazemos ou deixamos de fazer afetam nossas vidas, cada árvore podada, arrancada a força, cada modificação que fazemos produz um efeito que cedo ou tarde se revelará.
Se você modificou a força os caminhos naturais que deveria seguir, uma dia a natureza irá cobrar a conta, tudo que você faz e fez afeta não só seu destino, mas o destino de muita gente.
Então, antes de se acovardar diante de um desafio que a vida te lança, abra sua malinha de ferramentas e supere, porque um dia sentado no sofá você olhará pra trás e dirá sorrindo de orelha a orelha:

SOU FODA!!!!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Persistência ou teimosia?

Porque nunca estamos satisfeitos e felizes? Porque apesar de termos aparentemente tudo ainda assim nos sentimos vazios? Encontrar a resposta é tarefa árdua, já que muitas vezes ela se encontra além do que aprendemos a enxergar.
Já ouvimos falar tantas vezes que somos produtos do meio e da história e somos, porque sempre sofremos influências silenciosas que não percebemos ou entendemos.
Letras de música, poesias, filmes sempre tratam do assunto. Frases como estar solitário no meio da multidão, morrer de sede em frente ao mar e tantas outras tentam sem sucesso falar da mesma coisa, daquilo que nos afeta e não conseguimos compreender.
Estamos num bom emprego, namorando, temos tudo que sempre sonhamos e somos infelizes. Em alguns casos troque o namoro por um bom casamento e uma família, ainda assim somos infelizes. Só que assim como tudo na natureza, carregamos nos ombros toda nossa história, nossa trajetória de vida diz muito sobre nós. Expectativas, sonhos, erros, acertos tudo está lá, porque simplesmente não somos um software com lixeira.
Mas como é difícil olhar pra trás, sequer conseguimos olhar pro lado, imagina encarar o passado, simplesmente porque não aceitamos, porque nos negamos a ver o que fomos. Olhar pra trás não significa enxergar o quanto éramos pequenos, significa perceber o quanto crescemos. Outras vezes olhar pra trás significa descobrir que o que temos hoje está bem aquém do que sonhamos e nos preparamos pra ter.
Todos dizem temer o futuro, mas acho que a maioria de nós teme mesmo o passado. É até engraçado, porque ele vive nos assombrando sem nos darmos conta, a partir do momento que o renegamos, ele volta na forma de um fantasma e isso explica porque apesar de acreditarmos termos tudo, muitas vezes somos infelizes.
Somos hábeis construtores de desculpa, talvez seja nossa maior habilidade, todos nós somos bem desenvolvidos na arte de criar desculpas, parece que ao invés do tempo trazer maturidade, ele fornece recursos para florear as mentiras.
Agora sim chegamos ao tema dessa reflexão: Persistência e teimosia.
Uma de nossas mais hábeis mentiras é que somos persistentes na busca de algo quanto na realidade somos teimosos por insistir no caminho errado. Olhando bem você percebe que tudo que fazemos e fizemos conspira para nossa infelicidade. E são nossas ações e decisões, que teimamos em não reconhecer, que nos trouxeram a esse momento de reflexão, de dúvida, de desconcerto. Porque apesar de aparentemente ter tudo que uma pessoa normal sonha ainda sou infeliz?
Quando a certa altura da vida dizemos que sempre lutamos de maneira persistente pelo que acreditávamos talvez queiramos dizer que teimamos em renegar os objetivos do passado porque ao reconhecê-los, estaríamos fadados ao fracasso.
Não precisamos ir muito longe, também podemos renegar o que está ao lado, dizemos então que somos persistentes na busca do que está à frente quando na realidade teimamos em rejeitar que o caminho certo pode ser o do lado simplesmente porque ele parece mais difícil ou complexo de se entender, ao escolher o caminho fácil precisamos revestir com algo para dar-lhe valor, para fazer sentido nem que seja somente para nós.
Quantas discussões temos em nossas vidas acreditando que estamos defendendo com persistência nossas convicções mas sabemos no intimo que erramos ou fizemos escolhas duvidosas? Não é teimosia?
O que é teimosia? É jamais ceder, independe do argumento.
O que é persistência? É ter uma convicção forjada em muita reflexão e sermos flexíveis para amadurecê-la através da observação constante e/ou diálogo.
Sempre haverá muito mais do que conseguimos observar interferindo em nossas vidas, ao sermos teimosos nos tornamos incapazes de perceber, mas se formos persistentes, temos uma chance, uma oportunidade de alcançar o acerto.
Persistir significa termos força pra chegar ao objetivo, teimar é arrastar âncoras lançadas no caminho.

Oportunidades e Armadilhas.


Existem oportunidades na nossa vida que são raras, assim como existem armadilhas que são muito perigosas. Aprender a identificar uma e outra é uma arte para poucos, mas se vc conseguir primeiro a oportunidade, desde que aproveite bem, provavelmente vai estar preparado para as armadilhas.
A questão é que no nosso imediatismo, sempre vamos querer aquilo que parece mais fácil, desde que tenha leve revestimento de segurança, qualquer coisa que pareça bonitinho já está nos servindo.
Deus nos fez racional, mas só por diversão nos colocou cheios de hormônio e saiu espalhando tentação no caminho.
No meio de tudo isso cometemos erros, aqui e ali perdemos uma oportunidade só pq ela parece mais difícil e/ou complexa e caímos numa armadilha só pq sugeria algo fácil.
Só que depois do erro, não conte com a oportunidade perdida de novo, ela já se foi, com sorte vc ainda pode pegar o que sobrou dela.
Quanta gente erra achando que a oportunidade estará lá esperando tal qual trapezista contando com a rede?
Decisões devem ser bem tomadas justamente por isso, pq elas sempre envolvem perdas e ganhos, e devemos assumir nossas decisões ao invés de culpar a vida ou a terceiros.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Coerência

Vivemos sempre em busca de respostas. Como ser feliz? Como alcançar o sucesso? Como evitar os problemas? Como vencer os obstáculos? São tantas perguntas que se ficarmos pensando em cada uma não vivemos, vamos sempre estar nos dedicando a respondê-las.
O pior é que algumas respostas que encontramos contradizem respostas de outras perguntas, simplesmente porque na busca que fazemos só enxergamos a situação imediatamente a frente, é como dirigir e ir tomando decisões baseadas na situação imediata: tem um engarrafamento? Desvie. Chove? Estacione. Mas de que adianta resolvermos a situação a frente se isso só adia ou dificulta a solução do real problema?
No entanto, existem algumas respostas que servem para maioria das perguntas. Se não solucionam 100% dos problemas ao menos melhoram nossa condição para enfrenta-los.
Coerência é uma dessas respostas que atendem a maioria das perguntas. Quando somos coerentes é meio caminho andado pra evitar problemas, ser feliz, respeitado e até admirados.
Quem deve cobrar coerência somos nós mesmos, porque a maioria das reflexões que fazemos envolvem nossas atitudes e decisões incoerentes.
Porque pensei isso e fiz aquilo? Porque acredito nisso no entanto faço aquilo?
Se você tem um problema, basta ser coerente pra se manter longe dele e ter força pra supera-lo.
Mas o que é ser coerente? Simples. Você passa a vida adquirindo convicções, observando, analisando, colhendo dados e impressões para formular uma idéia. Ser coerente é respeitar essa idéia. Não quer dizer que devamos ser inflexíveis, visto que uma idéia só evolui jamais deve ser descartada de todo, seja por um momento, seja pelo restante de nossas vidas.
Uma idéia que levou anos sendo desenvolvida, que passou por todas as fases absorvendo informação, amadurecendo pra chegar a um formato não pode ser desconsiderada nem por uma fração de segundo.
Claro, existe uma boa razão pra desconsidera-la: irresponsabilidade. É quando estamos fracos, estamos tentados a algo. Mas cair em tentação, desconsiderar algo tão solidamente construído é algo destrutivo, porque tudo que você levou anos construindo pode se perder ali, pode não ter volta além de definir de maneira contundente uma natureza incapaz de vencer. Lembra da estrada acima? Cada vez que desviamos, cada vez que estacionamos nos afastamos do objetivo final, estamos perdendo tempo, porque muitas vezes seremos obrigados a recomeçar do zero. Corremos o risco de chegar o dia que olharemos pra trás e perceberemos que ficamos patinando sem sair do lugar e nos frustraremos. Para quem quer chegar a determinada altura da vida com algumas situações resolvidas, é melhor ser coerente.
A maioria de nós não agüenta o tranco, a maioria de nós quer caminhos fáceis, quer atalhos, mas basta olhar em volta e ver o resultado de escolhas fáceis. Dizem que vitórias inspiram, mas as derrotas ensinam muito mais.
Portanto, nos esforcemos para sermos coerentes, para não esquecer do que se passou, do que vivemos, do que observamos, nos esforcemos pra persistir, seja qual for o obstáculo no caminho, seja qual for a tentação oferecida. Só assim chegará cedo ao ponto de chegada e poderá usufruir tudo aquilo que sonhou.
Porque se um dia você olhar pra sua vida e ver que não conseguiu nada, não a culpe, a culpa é sempre nossa porque ficamos adiando, caindo em tentações, com medo de decidir, enfrentar a realidade. Quer transformar o sonho em realidade? Seja coerente, viva intensamente e busque incessantemente seus objetivos sem perder tempo em caminhos fáceis ou tentadores. Existe muito mais gente do que se imagina querendo que fiquemos aonde estamos, porque sabem que elas só conseguirão o que querem nos mantendo ali. Não entendem que por mais que avancemos, se são verdadeiras, sempre farão parte de nossas vidas, talvez não como elas desejam, mas ai entra o egoísmo e, convenhamos, só alguém muito egoísta pode querer interromper nosso crescimento para beneficio pessoal.
Se sua natureza é crescer, cresça. E para crescer seja coerente.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Transformação.


Ficamos sabendo que a águia vive aproximadamente setenta anos. Quando chega ali pela metade da existência, seu bico fica enfraquecido e gasto, suas unhas também, enquanto suas penas tornam-se muito pesadas com a sujeira acumulada nesses anos, fechando-se ao peito e dificultando-lhe o vôo.
Para sobreviver, deve tomar uma grande decisão: deixar as coisas como estão e morrer, ou desafiar a dor da mudança. Normalmente, o instinto de sobrevivência fala mais alto.
A grande ave voa até uma fenda do penhasco, junto ao paredão, fazendo ninho onde possa se abrigar de outros predadores e inicia um verdadeiro ritual de renascimento. Primeiro, bate o velho bico nas pedras até arrancá-lo e passa a esperar que nasça um novo. Depois, começa a arrancar com o novo bico as unhas, uma a uma. Quando as novas unhas surgem, usa-as, juntamente com o bico novo, para arrancar as penas endurecidas de seu corpo. Então recupera condições e retoma o vôo livre da vida.

Caminhos fáceis.



Estranho como nos tornamos uma sociedade de carentes, que precisa de aprovação, que carece de afeto, que se amarra a qualquer cais por menores que sejam as garantias, só porque tememos não conseguir o que ambicionamos.
Sonhar? Que palavra estranha para nós. É um conceito perdido. Nem mais sabemos o que significa, porque o que fazemos hoje não é sonhar, afinal, sonhar não significa ter ambições?
Que ambições temos hoje? Segurança parece a única. Não buscamos mais o grande amor, não buscamos mais a realização profissional, não buscamos mais formar uma linda família.
Buscamos sim alguém que dê segurança, um emprego seguro, uma família que possamos dar conta.
Ninguém aceita o ônus que resulta da busca dos sonhos, queremos tudo caindo do céu, rezamos não pra termos força pra conseguir, mas que na próxima esquina cai um pacote recheado de coisas boas, nem precisam ser grandes coisas, bastam assegurar um mínimo de satisfação possível.
O engraçado que soluções fáceis, o nome já diz, só resolve parte do problema, logo tudo volta a ser como era antes, mas com uma diferença: o tempo perdido.
Quanta gente vive como zumbi perambulando por ai, com a felicidade e o tempo perdido em caminhos fáceis, em rotas de fuga. Como é duro olhar pra trás e ver que tudo poderia ter sido diferente, bastava um pouco de ousadia e paciência, bastava um pouquinho de fé e auto confiança. Mas agora é tarde, sem o viço da juventude, sem a energia que impulsiona toda descoberta.
Bom, se falta energia sobra experiência, talvez não consigamos recuperar tudo que deixamos de conquistar, talvez jamais experimentemos a felicidade que deixamos escapar por entre os dedos, mas sem dúvida alguma poderemos corrigir parte da rota.