quarta-feira, 16 de julho de 2008

Escolhas e Conselhos


Quando crianças recebemos os melhores ensinamentos de nossas vidas, aqueles que servirão para todas as ocasiões, no entanto nos faltará a perspicácia de aproveitá-los e dimensiona-los.
São as histórias que ouvimos, os contos, as fábulas, os ditados que parecem tão infantis mas que são profundamente aconselhadores e que se encaixarão em cada dificuldade futura de nossas vidas mas nem sombra será em nossa memória.
Confrontando as histórias de nossas vidas com os ensinamentos do passado constatamos infelizes que não aproveitamos nada.
E olha que no kit de ensinamentos havia lições sobre inimizades, traições, escolhas erradas, convicções equivocadas, companhias inadequadas, conselhos furados, etc...
Vejo tanta gente seguindo caminhos estranhos, mas deslumbradas com os falsos encantamentos do caminho não percebe as armadilhas, não percebe o erro da escolha, quantas histórias ouvimos ainda crianças sobre isto?
Conselhos, companhias e convicções pessoais são os nossos anjinhos e diabinhos do momento, orientando e estimulando nossa caminhada até que...
Pois é, quando a verdade se revela, quão dolorosa ela pode ser...
Durante a caminhada a floresta é verde, segura, linda, o ar é puro, tudo é encantador, os animais são amistosos, o rio é de água límpida...
Mas tudo compõe nossa visão distorcida da realidade, distorção que conta com uma grande colaboração nossa.
E olha que durante a caminhada somos colocados a prova tantas vezes, assim como nos contos infantis, recebemos alertas, mas nossa teimosia ou seja lá o que for nos impede de ver.
Os ditados, textos curtos, alguns que cabem em pára-choques de caminhão, são como as placas de uma rodovia alertando para os riscos, buscando a prudência de nossas ações.
Quanto mais tarde for a descoberta, mais dolorosa e talvez irreversível ela será...
Seria tudo fácil se a história de cada um não afetasse tantas outras vidas, como é difícil enxergar os desacertos de alguém que gostamos, desacertos que muitas vezes nós mesmos já cometemos, e descobrirmos nossa incapacidade de ajudar, nem sempre por falta de esforço, mas por nos tornarmos impermeáveis em nossas caminhadas.
Por vezes vale a pena deixar, se manter a distância segura observando, sempre próximo o suficiente para socorrer, dizem, com acerto, que o tempo é bom conselheiro. Mas como é difícil deixar quem gostamos sofrer tanto ou saber que sofrerá e deixar acontecer.
Nos contos infantis sempre termina com “foram felizes para sempre”, mas em conseqüência de uma mudança de rumo, do amadurecimento da percepção das coisas, do entendimento de quem está realmente ao nosso lado.
Bom, não tenho conselhos a dar, nada que seja melhor do que as histórias que ouvimos, se você fez suas escolhas, se acha que está no caminho certo, recorra à biblioteca de sua memória, relembre cada frase ouvida, cada conto lido com carinho para você, se você perceber alguma semelhança com a realidade, cuidado...