quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Reflexões


O blog se chama “Papos e Reflexões” e vou falar de uma de minhas reflexões mais freqüentes.
É quando olho para minha vida e (re)vejo as pessoas que fizeram e fazem parte dela.
É interessante ver o modo como cada uma me afetou e como isto se dava conforme as circunstâncias, são N motivos, são e foram diferenças de vivência, estados emocionais, momentos, situações extraordinárias ou mesmo banais.
Eu sempre falo que as piadinhas que contamos são uma amostra do poder de influência das pessoas, por que passamos anos contando uma piada e nem mesmo lembramos quem nos contou a primeira vez.
É impressionante observar o poder que as pessoas têm de nos influenciar, de nos afetar e simplesmente não se darem conta.
Óbvio que, por conseqüência, o oposto também é verdadeiro, pois afetamos as pessoas com quem lidamos, não importa o tamanho ou a duração do contato, certamente em algum grau afetamos.
E nos aprofundando mais percebemos que não existem padrões, podem ser pessoas de extremo requinte intelectual ou mesmo pessoas bem simples, mesmo em silêncio, mesmo na euforia, podem ser jovens ou velhos, crianças ou idosos, homens ou mulheres, serenos ou raivosos.
Lendo meu blog é possível encontrar vários dos personagens de minha vida, alguns tratados bem especificamente, outros com um olhar mais distante, mas o mais interessante é que personagens diversos se identificavam em uma história, quando na realidade não havia feito qualquer menção.
Ou seja, as interações são mais complexas do que pensamos, as pessoas interagem de maneira tão complexa que muitas vezes fica difícil medir o impacto que temos na vida dos outros.
O que vejo nestas reflexões é o quanto somos poderosos sem perceber, que nos prendemos ao que é dito e nunca avaliamos o que não é dito.
Que somos mais capazes de afetar o outro do que imaginamos, somos mais capazes de influenciar nossos destinos do que nossa competência permite perceber.
As mulheres então, nossa, é um capítulo a parte, se soubessem do que são capazes o mundo já vestiria saia.
O entendimento é possível e muitas vezes ele se dá e não percebemos, por que ficamos tão envoltos pelo conflito das discussões e da tentativa de fugir deste desgastante processo que não enxergamos nossa capacidade de fazer nosso destino através da conversa, da ação, não contabilizamos os sucessos.
Não estou dizendo aqui que um dos lados prevalece, na realidade é o confronto de forças que estabelece o equilíbrio e as conquistas.
Bom, tiro destas reflexões algumas conclusões:
Jamais desistir de dialogar,
Jamais menosprezar seu valor,
Jamais ignorar sua capacidade de afetar o seu e o destino alheio,
Jamais deixar de observar o quão encantador é este processo complexo de se relacionar.
Provavelmente deixei algo de fora, gosto de comentários, gosto de críticas, gosto de confrontos, gosto do aprendizado, todo e qualquer texto escrito nunca está absolutamente fechado, são as interações que preenchem as páginas ainda em branco, em um blog a interação se dá pelos comentários, então usem e abusem.

2 comentários:

Ariel disse...

Anáforas. Saberia reconhecer um texto seu pelas anáforas. Sempre tem uma. Mas vc as usa muito mais nas nossas conversas.
Só fico com medo que personagem eu sou nessa sua vida. "Jovem flor", "Roda-viva".
Num dia que estivermos numa boa ocasião, tb te falo o que vc foi, carioca. ;-)
Beijos

Luna. disse...

Interagindo...

Coincidentemente, ou não, tenho também pensado sobre as relações interpessoais. Por um lado penso que são de uma riqueza impressionante, por outro, penso que somos lamentáveis nesta arte de relacionar por sermos vaidosos, ciumentos, infantis, possessivos, soberbos, tristes etc.

Quando o Sr diz... "Que somos mais capazes de afetar o outro do que imaginamos", sim e não... Acho que na verdade afetamos ou somos afetados pelo que imaginariamente atribuímos aos outros. A capacidade está no que produz nossa fértil imaginação... e isto vai depender muito de como cada um lida com suas paixões e desejos, e eis aí então de volta a tal complexidade/riqueza que também poderia se chamar ... loucura.

Muito boa sua reflexão, a foto que ilustra então, muito sugestiva.

Beijos.

Luna.