quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Piada ou profecia?

Observar o comportamento do brasileiro nesta eleição oferece uma boa oportunidade de analisarmos aspectos que podem até passar despercebidos no dia a dia, mas que existem e não podem ser ignorados, pq falam muito de nós, o que somos, como somos.
Apesar de achar deprimente, não dá pra esperar ética e correção vindo de políticos, ou seja, o baixo nível e a política de destruir reputações já se incorporaram as práticas eleitoreiras não é de hoje.
O que me chama a atenção é como as pessoas aderem sem o menor pudor, usando dos mais baixos artifícios pra fazerem prevalecer suas idéias e convicções.
As redes sociais estão recheadas de postagens, montagens dos mais variados tipos, em sua maioria mentirosa elaborada por xiitas disfarçados cujo único intuito é espalhar a discórdia, claro, contra tudo que se opor aos seus reais "padrinhos'.
E acha que quem compartilha se dá ao trabalho de apurar? Não. Não só compra a idéia mas como adere a prática nefasta de pelo poder, tudo.
Este conceito de tudo posso desde que atenda aos meus objetivos não é só em época de eleição, só se acentua. Estamos sacrificando a democracia, o direito de pensar, de ter individualidade, de poder manifestar opinião, etc.
Ano passado, em meio as fantásticas manifestações populares, pequenos grupos se infiltraram para espalhar o terror. Quem se beneficiou? Não foi o povo, com certeza, basta ver que logo as manifestações populares cessaram.
Hoje leio no jornal que estudantes expulsaram um expositor da universidade, só pq discordavam dele.
Amizades estão sendo desfeitas, pessoas estão sendo bloqueadas só pq se acha que "eu sou superior e entendo mais de Brasil do que ele'.
Apelidos depreciativos são colados em pessoas com a maior desfaçatez, olhares atravessados só pela suspeita de apoiar candidatura tal, piadinhas de mal gosto, etc fazem parte do nosso dia a dia atual.
Que os políticos assim façam, por pior que seja, é esperado, mas é triste ver como isto contamina.
Se fala de ebola, com legitima preocupação, mas quem vai curar a doença que vai se instalando na sociedade brasileira?
Não surpreende que as pesquisas eleitorais errem tanto, estamos constrangidos de manifestar opinião diante de tanto policiamento.
Costumamos elogiar os países de primeiro mundo, como a ética anda atrelada a toda ação pública, como a falta dela gera revolta e grandes mudanças, mas aqui não, o "rouba mas faz' ganhou novos contornos, assim como o velho coronelismo ganhou novas facetas e com apoio "popular".
Mas, como eu disse logo no começo do texto, isto ilustra como, enquanto povo, estamos nos perdendo, nos distanciando do bom convívio, da democracia de fato, da ética, da correção de atitudes.
Como tantas vezes se discutiu em tempos recentes, de que adianta reclamar dos que estão no poder se não fazemos nossa parte?
Tem uma piada que eu ouvia no tempo dos militares, dizia que Deus estava criando o Brasil, para espanto de seus auxiliares, sem defeitos, numa exuberância sem igual, enquanto todo o restante do planeta tinha seus problemas, questionado, Deus respondeu: "é pq vcs não viram o povinho que vou colocar lá..."
Esta piada me perseguiu durante anos, me incomodou, me inquietou, detestaria que ela se tornasse realidade.

Nenhum comentário: