quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Nossa lanterninha.

Às vezes tenho a impressão que as pessoas enxergam a vida como se tudo coubesse no foco de suas lanternas.
Vc só vê aquilo que está sob foco da luz de sua lanterna, que se vire o resto.
Em outro post escrevi sobre nossas fazendas, o que é muito ousado se pensarmos que as pessoas colocam suas vidas do tamanho de um foco de lanterna, o que se vê é o que é prioritário.
Aconteça o que acontecer em volta, não sendo visto, não importa.
"O que os olhos não vêem o coração na sente".
Seguimos felizes, atentos aquele "amplo" universo que se revela iluminado por nossas modestas lanterninhas, nada mais nos atrai, nos desperta.
Ali, dinte de nós, conseguimos resumir nossas vidas, nossa existência, cuidando daquilo ali, todo o resto se resolve.
Será?
Aceditamos no que vemos, não passamos disto, perdemos a perícia de olhar a fundo, de caminhar em busca de respostas, de cuidar de tudo que nos cabe.
Me proporcione um sorriso e me conquistará.
Enquanto isto, sua fazendo ruirá, se perderá, será invadida, quando se der conta, desconhecidos estarão sentados ao seu lado, dividindo sua vida.
Nos contentamos sobremaneira com o que a lanterninha revela (ou seja, nada), que seguimos felizes, crentes que tudo corre bem.
É óbvio que podemos estar focados em coisas realmente boas, coisas importantes pra gente, coisas com as quais sempre sonhamos, mas é justamente este foco que pode fazer com que percamos tudo mais a frente.
Ninguém coloca uma ferrari numa garagem caindo aos pedaços.
Não consigo conceber a felicidade como algo que cabe no foco de uma lanterna, até pq pra preserva-la é preciso cuidar do todo.
Ameaças vivemos aos montes, no dia a dia, de todo lado sentimos a inveja, a cobiça, a violência desmedida, a incompreenção, a injustiça.
Já vivemos tanto, já apanhamos tanto, já perdemos tanto. Como, apesar de tudo, esquecemos de cuidar de todo o resto mantendo o foco fechado num único aspecto da vida?
São os 3 porquinhos e suas casas. Que tipo de casa vc constrói pra vc?
Estamos tão desacostumados a sermos felizes que esquecemos de construir abrigos.
Não devemos nos contentar com o que a superfice apresenta, devemos nos aprofundar, compreender a fundo o que se passa. Não devemos abandonar nossos projetos de construção (e reconstrução), não devemos esquecer de tudo que é importante em nossas vidas.
Felicidade não é uma droga que nos torna burros, felicidade é uma meta que devemos atingir e manter.
Deixemos a lanterninha em casa, antes que a pilha acabe, aceitemos o sol pra iluminar o todo, cuidemos de tudo (nossa fazendinha), só assim a felicidade será parte constante de nossas vidas.

2 comentários:

Casa de Mariah disse...

"Felicidade não é uma droga que nos torna burros, felicidade é uma meta que devemos atingir e manter"

Adorei o blog, o que li até agora.
Você está bem escondido. Tenho o meu blog há tanto tempo e não sei como nunca tinha passado por aqui.

Gostei muito do teor dos seus escritos e da sua filosofia de vida, vou voltar.

Casa de Mariah disse...

"Observador",
Voltarei sim.
Andei dando uma espiada também no outro blog que você administra. Não deixei comentário porque infelizmente não tenho repertório suficiente para comentar a respeito do assunto. Mas quanto a escrita, também impecável.