Numa manhã, tomando café, procurando algo na tv (só tomo café vendo tv), encontro um filme francês (adoro cinema francês) que acaba me prendendo, apesar de já estar pelo meio não consegui deixar de ver.
Nesse fim de semana tive a chance de vê-lo desde o início, coisa rara já que dificilmente tenho paciência pra rever filmes recentes, prefiro intervalo de décadas, imagina então um filme que eu vi poucas semanas atrás.
Nesse fim de semana tive a chance de vê-lo desde o início, coisa rara já que dificilmente tenho paciência pra rever filmes recentes, prefiro intervalo de décadas, imagina então um filme que eu vi poucas semanas atrás.
Confidências muito Íntimas.
Anna (Sandrine Bonnaire) acredita que seu casamento está em crise e decide consultar um psicanalista. Por distração ela entra na sala errada e acaba confessando seus problemas matrimoniais ao consultor de finanças William Faber (Fabrice Luchini). Fascinado pela mulher e seus segredos, Faber persiste na farsa, muitas vezes sem ter certeza se Anna está sendo de fato enganada. Ao longo das supostas consultas, a dupla desenvolve um estranho pacto de dependência, passando a questionar suas vidas e suas relações amorosas.
Anna (Sandrine Bonnaire) acredita que seu casamento está em crise e decide consultar um psicanalista. Por distração ela entra na sala errada e acaba confessando seus problemas matrimoniais ao consultor de finanças William Faber (Fabrice Luchini). Fascinado pela mulher e seus segredos, Faber persiste na farsa, muitas vezes sem ter certeza se Anna está sendo de fato enganada. Ao longo das supostas consultas, a dupla desenvolve um estranho pacto de dependência, passando a questionar suas vidas e suas relações amorosas.
Parece tudo tão irreal lido assim, mas basta você começar a ver o filme para perceber onde ele te toca, quanto ele diz um pouco de você.
Tem filmes que tem o poder de nos inquietar, mexer com algo que mantemos quietos, protegidos, algo que nos envergonha ou constrange.
Não dá pra falar muito do filme sem estragar o efeito, mas a questão da dependência citada na sinopse é o ponto central do filme, como nos tornamos dependentes de algo e como nem sempre estamos nos papéis que imaginamos, como precisamos de tão pouco para sermos felizes, apesar de sempre acharmos que falta algo.
No meu fim de semana cinéfilo também vi Capote, filme interessante, atuação merecedora de Oscar, personagem polêmico, um filme cheio de boas referências.
O que se colhe do filme é a reflexão de como, apesar dos sentimentos bons, muitas vezes não fazemos nada mais do que usar as pessoas.
É estranho esse processo porque acreditamos que o bem e o mal são água e óleo, não se misturam, ou é essencialmente bom ou essencialmente ruim, jamais enxergamos os dois agindo em conjunto, ora um, ora outro prevalecendo.
É mais um daqueles filmes que nos inquieta porque toca em algo de nossa natureza, o eterno conflito entre amar e usar, se é que se pode reduzir algo tão complexo a duas palavras.
É possível trair amando? Gostar de uma pessoa mas se beneficiar dela sem que ela saiba?
Vejo um tempo onde usamos demais as pessoas, gostamos sim, até amamos, mas nossos relacionamentos se baseiam mais em nossas necessidades e carências do que nos sentimentos.
Nos acomodamos, nos resignamos, dá trabalho buscar o grande amor então construímos o grande amor, pegamos alguém que já tem a estrutura básica, ou seja, alguém que gostamos, nos relacionamos bem, oferece algumas garantias e segurança, e começamos a moldar, transformar.
Bom, não vou fugir do assunto Capote, mas é interessante observar que até alguém que tem QI 215, que foi um dos escritores mais respeitados de seu tempo, que é uma referência intelectual do século 20 possa agir de maneira tão humana quanto nós meros mortais.
Isso nos permite errar desavergonhadamente? Creio que não, ainda tenho esperança que vale a pena lutar pelos nossos objetivos, sempre acredito que lá na frente está o que queremos, se fizermos escolhas erradas hoje, perderemos inconsolavelmente nossa felicidade.
Você ficou curioso sobre qual dos dois eu indico? Indico o primeiro, não que o segundo seja ruim, mas pelo brilhantismo com que o primeiro é conduzido e por instigar várias reflexões.
É estranho esse processo porque acreditamos que o bem e o mal são água e óleo, não se misturam, ou é essencialmente bom ou essencialmente ruim, jamais enxergamos os dois agindo em conjunto, ora um, ora outro prevalecendo.
É mais um daqueles filmes que nos inquieta porque toca em algo de nossa natureza, o eterno conflito entre amar e usar, se é que se pode reduzir algo tão complexo a duas palavras.
É possível trair amando? Gostar de uma pessoa mas se beneficiar dela sem que ela saiba?
Vejo um tempo onde usamos demais as pessoas, gostamos sim, até amamos, mas nossos relacionamentos se baseiam mais em nossas necessidades e carências do que nos sentimentos.
Nos acomodamos, nos resignamos, dá trabalho buscar o grande amor então construímos o grande amor, pegamos alguém que já tem a estrutura básica, ou seja, alguém que gostamos, nos relacionamos bem, oferece algumas garantias e segurança, e começamos a moldar, transformar.
Bom, não vou fugir do assunto Capote, mas é interessante observar que até alguém que tem QI 215, que foi um dos escritores mais respeitados de seu tempo, que é uma referência intelectual do século 20 possa agir de maneira tão humana quanto nós meros mortais.
Isso nos permite errar desavergonhadamente? Creio que não, ainda tenho esperança que vale a pena lutar pelos nossos objetivos, sempre acredito que lá na frente está o que queremos, se fizermos escolhas erradas hoje, perderemos inconsolavelmente nossa felicidade.
Você ficou curioso sobre qual dos dois eu indico? Indico o primeiro, não que o segundo seja ruim, mas pelo brilhantismo com que o primeiro é conduzido e por instigar várias reflexões.
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