É engraçado ler uma história da idade média, um conto de mil e uma noites, um texto da antiga Grécia ou qualquer texto com mais de 20 anos e nos vermos lá.
Seria sinal que apesar de toda modernidade, de todos os avanços continuamos sendo constituídos da mesma matéria? Ainda temos os mesmos sentimentos e sensação? As mesmas ambições e medos? Até os mesmos fetiches?
Músicas, cinema, livros e até desenhos pré-históricos acabam mostrando um pouco de nossa realidade atual.
Quem nunca se enquadrou naquelas frases típicas de avós: “Me diga com quem andas...”, “Antes um pássaro na mão...”, “Entre a cruz e a espada”, “Água mole...”, “Casa de ferreiro...”, “Santo de casa...”, “por fora bela viola...”.
Outra frase que adoro é a de um comercial de pneu: “De que adianta potência sem controle?”.
Se até frase de comercial está nos servindo, imagina.
Mas se temos uma longa história de auto-conhecimento, de sabedoria sobre a natureza humana, até em frases de pára-choque de caminhão, por que insistimos num caminho próprio? Por que tendemos a achar que temos a fórmula da pólvora? Por que achamos que conosco será diferente?
Dizem que os jovens sofrem mais acidentes por que se consideram imortais, mais do que isso, por que acham que sabem mais do que os outros.
O que se dirá de nós que achamos que temos a receita de sucesso de algo exaustivamente tentado por milênios e que sempre trouxe os mesmos resultados?
Eu sempre digo que não existem situações erradas, existem modos errados de se fazer, mas usar essa frase em benefício próprio é ser irresponsável, afinal, ela não se aplica a toda e qualquer situação, é um conceito bem mais refinado do que se pode pressupor a partir da frase.
Tancredo Neves, aquele que foi sem nunca ter sido Presidente do Brasil, usou uma frase pouco antes de morrer, com pequena adaptação mas infelizmente não fiel a frase era: “Sou moderado no planejamento para poder ser ousado na execução”.
Pronto, agora estamos tirando uma frase do contexto político e usando para nossa realidade, mas será que faremos bom uso?
Conclusão: se existem milênios de sabedoria a nos orientar, de todo lugar se tira sabedoria, acabamos adaptando às nossas conveniências, por que somos os Senhores da razão.
Adoramos citar Confúcio, Chaplin, Khalil Gibran, Luiz Fernando Veríssimo, Paulo Coelho e tantos outros mas somos incapazes de seguir, quer dizer, até seguimos, ao nosso modo.
Política, religião, artes nada mais são do que leituras feitas de um modo particular, citamos que nos guia, que nos referenciamos pelo autor tal, pelo pensamento tal, mas na prática estamos dando um entendimento todo pessoal. O que dizer do Comunismo e Karl Marx? O que dizer dos diversos entendimentos que se têm da Bíblia? E quantas variações de rock você conhece?
Acho que nosso maior desejo secreto é provar que está todo mundo errado ou que somos seres especiais, que somos feitos de matéria divina que nos torna capaz de tudo, inclusive de fugir da lógica batida de séculos de sabedoria e observação.
No íntimo no íntimo é o que desejamos, aceitamos de bom grado uma frase, um texto, uma idéia, um conceito, mas queremos mesmo é superá-lo, vencê-lo.
Mas será que dá certo ou como todos os outros que tentaram vamos acabar tendo que aceitar a verdade contida no que costumamos chamar de sabedoria?
Estou falando de sabedoria, de informação que se repete com pequenas alterações, você encontra a mesma sabedoria em William Shakespeare ou num pára-choque de caminhão, em Freud ou na folhinha do sagrado coração, em Platão ou no livrinho minuto de sabedoria, em Einstein ou naquela música brega que não sai de nossa cabeça.
Não estou falando da sabedoria de ocasião que a vizinha fofoqueira adora usar ou dos ensinamentos distorcidos que costumamos receber daquele tio safado ou da tia solteirona.
É bom distinguir que tipo de sabedoria vamos carregar pras nossas vidas, que tipo de experiências vão nos servir de referências, já que é recomendável aprender um pouco com as experiências alheias, que recorramos às fontes mais seguras.
Ainda assim somos incapazes de “ouvir”, escutamos, aplaudimos, replicamos mas não praticamos.
Fico pensando quando é que nos damos conta de que tudo aquilo que tentamos contrariar era verdade, vejo gente batendo cabeça a vida toda, será que vale a pena?
Só para lembrar, a verdadeira sabedoria não diz como fazer, ela ensina a decidir, a observar o momento, a enxergar a circunstância, não é um manual de instruções, não tem a rigidez de uma lei, talvez por isso seja tão tentador distorcer seu conteúdo.
Repetindo uma frase de outra postagem: “Os problemas são sempre os mesmos, as soluções que diferem”.
Orientar quando estamos diante de um problema é uma coisa, dizer como agir é outra, isso cabe a cada um, à sensibilidade de cada um, mas de antemão já sabemos as opções que temos, o que é certo e o que é errado, cair no erro de fazer o errado se “transformar” em certo é o grande perigo.
Seria sinal que apesar de toda modernidade, de todos os avanços continuamos sendo constituídos da mesma matéria? Ainda temos os mesmos sentimentos e sensação? As mesmas ambições e medos? Até os mesmos fetiches?
Músicas, cinema, livros e até desenhos pré-históricos acabam mostrando um pouco de nossa realidade atual.
Quem nunca se enquadrou naquelas frases típicas de avós: “Me diga com quem andas...”, “Antes um pássaro na mão...”, “Entre a cruz e a espada”, “Água mole...”, “Casa de ferreiro...”, “Santo de casa...”, “por fora bela viola...”.
Outra frase que adoro é a de um comercial de pneu: “De que adianta potência sem controle?”.
Se até frase de comercial está nos servindo, imagina.
Mas se temos uma longa história de auto-conhecimento, de sabedoria sobre a natureza humana, até em frases de pára-choque de caminhão, por que insistimos num caminho próprio? Por que tendemos a achar que temos a fórmula da pólvora? Por que achamos que conosco será diferente?
Dizem que os jovens sofrem mais acidentes por que se consideram imortais, mais do que isso, por que acham que sabem mais do que os outros.
O que se dirá de nós que achamos que temos a receita de sucesso de algo exaustivamente tentado por milênios e que sempre trouxe os mesmos resultados?
Eu sempre digo que não existem situações erradas, existem modos errados de se fazer, mas usar essa frase em benefício próprio é ser irresponsável, afinal, ela não se aplica a toda e qualquer situação, é um conceito bem mais refinado do que se pode pressupor a partir da frase.
Tancredo Neves, aquele que foi sem nunca ter sido Presidente do Brasil, usou uma frase pouco antes de morrer, com pequena adaptação mas infelizmente não fiel a frase era: “Sou moderado no planejamento para poder ser ousado na execução”.
Pronto, agora estamos tirando uma frase do contexto político e usando para nossa realidade, mas será que faremos bom uso?
Conclusão: se existem milênios de sabedoria a nos orientar, de todo lugar se tira sabedoria, acabamos adaptando às nossas conveniências, por que somos os Senhores da razão.
Adoramos citar Confúcio, Chaplin, Khalil Gibran, Luiz Fernando Veríssimo, Paulo Coelho e tantos outros mas somos incapazes de seguir, quer dizer, até seguimos, ao nosso modo.
Política, religião, artes nada mais são do que leituras feitas de um modo particular, citamos que nos guia, que nos referenciamos pelo autor tal, pelo pensamento tal, mas na prática estamos dando um entendimento todo pessoal. O que dizer do Comunismo e Karl Marx? O que dizer dos diversos entendimentos que se têm da Bíblia? E quantas variações de rock você conhece?
Acho que nosso maior desejo secreto é provar que está todo mundo errado ou que somos seres especiais, que somos feitos de matéria divina que nos torna capaz de tudo, inclusive de fugir da lógica batida de séculos de sabedoria e observação.
No íntimo no íntimo é o que desejamos, aceitamos de bom grado uma frase, um texto, uma idéia, um conceito, mas queremos mesmo é superá-lo, vencê-lo.
Mas será que dá certo ou como todos os outros que tentaram vamos acabar tendo que aceitar a verdade contida no que costumamos chamar de sabedoria?
Estou falando de sabedoria, de informação que se repete com pequenas alterações, você encontra a mesma sabedoria em William Shakespeare ou num pára-choque de caminhão, em Freud ou na folhinha do sagrado coração, em Platão ou no livrinho minuto de sabedoria, em Einstein ou naquela música brega que não sai de nossa cabeça.
Não estou falando da sabedoria de ocasião que a vizinha fofoqueira adora usar ou dos ensinamentos distorcidos que costumamos receber daquele tio safado ou da tia solteirona.
É bom distinguir que tipo de sabedoria vamos carregar pras nossas vidas, que tipo de experiências vão nos servir de referências, já que é recomendável aprender um pouco com as experiências alheias, que recorramos às fontes mais seguras.
Ainda assim somos incapazes de “ouvir”, escutamos, aplaudimos, replicamos mas não praticamos.
Fico pensando quando é que nos damos conta de que tudo aquilo que tentamos contrariar era verdade, vejo gente batendo cabeça a vida toda, será que vale a pena?
Só para lembrar, a verdadeira sabedoria não diz como fazer, ela ensina a decidir, a observar o momento, a enxergar a circunstância, não é um manual de instruções, não tem a rigidez de uma lei, talvez por isso seja tão tentador distorcer seu conteúdo.
Repetindo uma frase de outra postagem: “Os problemas são sempre os mesmos, as soluções que diferem”.
Orientar quando estamos diante de um problema é uma coisa, dizer como agir é outra, isso cabe a cada um, à sensibilidade de cada um, mas de antemão já sabemos as opções que temos, o que é certo e o que é errado, cair no erro de fazer o errado se “transformar” em certo é o grande perigo.
Para finalizar, um texto que gosto muito, simples e objetivo, quem sabe sirva para alguma coisa.
:)
"Um velho índio descreveu certa vez seus conflitos internos:
- Dentro de mim existem dois cachorros. Um deles é mau, o outro é bom e dócil. Ambos estão sempre brigando...
Perguntaram-lhe, então, qual dos dois cachorros ganharia a briga, e o sábio índio refletiu e respondeu:
- Aquele que eu alimentar"
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