terça-feira, 14 de agosto de 2012

Namorinho medieval.

Observando a evolução dos relacionamentos temos um vasto cardápio: casamentos arranjados, moedas de troca, formais, informais, misturados, coletivos, distante, próximos, humildes, ostentados, reais, virtuais, românticos, selvagens, tímidos, platônicos, etc...
A tendência evolutiva dos relacionamentos sempre foi de conquistas, de liberdade, de direitos iguais, caminhamos nesta direção, ao menos por tendência, com alguns recuos aqui e ali.
Quando observamos os relacionamentos atuais, e é uma atração fazê-lo, observamos dois grupos se destacando, um com larga predominância e outro ganhando força: os liberais e os formais.
Os liberais, nem preciso explicar, tem até trilha sonora sobre conquistas de baladas, sexo coletivo, misturado e tudo junto, encontros casuais, curtidas em redes sociais, etc...
O segundo grupo poderia até ter surgido em oposição mas...
O formalismo... Este formalismo desconcertante que remete a idade média, de ficar cheio de dedos, de escolher gestos e palavras, de parecer ao invés de ser, de cuidar de cada detalhe até o ponto que fica tudo tão artificial. Não os culpo, acho um esforço válido, mas parece que estamos desaprendendo a nos relacionar, estamos com medo de errar, da franqueza, de falharmos, etc...
Estamos seguindo uma cartilha intuitiva que tira nossa naturalidade, rígidos e pragmáticos, com o intuito de sermos "românticos", apaixonados...
Nada de rompantes de paixão, gestos eloquentes, estamos contidos, no fim, preocupados demais com as aparências, com o discurso, com a expectativa alheia.
Não é um grupo que se opõe ao outro, mas exercita uma variante mais cuidadosa, preocupados demais com o que querem parecer.
Curtir virou sinônimo de facebook, compartilhar idem... Dividimos mp3 com músicas de sucesso, encontramos afinidades em "currículos" sociais... É tão estranho...
Custamos tanto a podermos relaxar um com o outro, conversar, errar, brincar, discutir, amadurecer junto, experimentar a dois, vivenciar, rir de besteiras, ver nossos filmes, pensar, elaborar, cair, levantar... Custamos tanto a sermos naturais, se apaixonar, enrubescer (não emburrecer).
É chato isto...
Como conta uma querida amiga: ..te curti mais no facebook...
Depois se assustam com o nº de casamentos que não duram...
Brindemos com um bom coquetel de viagra a era das aparências...
Afinal, é tão broxante que seja assim...

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