Eita coisinha assustadora. Estudar e observar o medo deveria virar ciência com curso e diploma de nível superior.
Somos assombrados por coisas que podem ser insignificantes, mínusculas até. Por coisas com alguma lógica ou totalmente inexplicáveis. Temos medo de ter medo. O tamanho do problema até muda, mas os resultados costumam ser os mesmos. Ou seja, podemos ficar congelados diante de uma barata ou por uma violenta turbulência de avião.
Claro que o medo tem sua utilidade, nos torna prudentes, seria perfeito se fosse assim, mas estamos nos tornando uma espécie que nem chega ao ponto da prudência, desiste bem antes de ter elaborado qualquer plano de como lidar.
Óbviamente o medo não costuma ser racional, mas é impressionante como tem formas e tamanhos diversos, como surge em situações onde menos esperamos, alguns tem nomes de fobias, mas outros...
Temos medo até do que é bom.
O medo é perfeito para criar bons filmes, livros... O medo prende o espectador no sofá (mesmo considerando os pulos de susto), o medo é engrenagem fundamental em novelas de sucesso, medo te prende em relacionamentos, em casa, na rotina, no trabalho, na aparência que tem, na roupa que veste, na vida que leva.
Mas será que se justifica?
Algumas postagens abaixo postei um vídeo do Beto Guedes cantando o medo de amar... Como assim? Pois é... Até isto acontece.
O que existe de tão assombroso no amar que possa despertar medo?
A pergunta é basicamente esta, adaptada as várias faces do medo: "O que existe de tão..."
Eu até compreendo boa parte das razões do medo, como eu disse acima, faz parte do processo do existir, de lidar com o mundo, de se precaver. Eu, por exemplo, tenho medo dos excessivamente corajosos...
Mas e quando vc tem tudo pra te sustentar, todo apoio necessário, condições estáveis, o compartilhar que sempre sonhou e ainda assim, se abandona?
Existe uma expressão que cabe: "larga de mão..."
A felicidade, todos sabem, é conquistada, costumeiramente à duras penas, o medo, consequentemente, te impedirá de ser feliz. Faz sentido?
Voltando à um velho texto que postei aqui no blog, de sermos compostos de blocos, alguns bem encaixados, outros nem tantos, uns bem resolvidos, outros nem tanto... O medo está ali, entre os blocos, por vezes o medo tem seus próprios blocos na composição final.
Vc pode ser corajoso, ousado na maior parte das vezes, mas é onde o medo aparece que torna tudo extraordinário.
Revivendo o textos do passado, tb já disse aqui que todos enfrentamos problemas iguais, o que nos torna diferente é como lidamos com eles. Hummm... Nas entrelinhas, o medo de novo.
O medo cria a cerca, ergue o muro, fecha as portas... Logo somos nós atrás das grades, reféns de nosso medo.
Não significa que não devemos ter medo, ao contrário, mas a graça está em saber lidar, saber encontrar saídas, saber driblar... Este é o real desafio da vida.
Muitos dirão que devemos viver com responsabilidade. Sim, eu assino embaixo. Mas quem disse que devemos usar esta capa para justificar nossa covardia?
O medo está em todo lugar, está nas entrelinhas de um texto, está nos recantos da alma, está contido no gesto (contido), na máscara que se usa, no sonho não sonhado, na acomodação da escolha, no pasto seguro...
O que assusta no medo é como ele toma as almas mais fortes, mais vigorosas, mais capazes, mais resolutas. Ou seja, como ele rouba a luz destas almas.
Confesso que muito de minha desesperança vem dai, de ver luzes se apagando, se perdendo.
A luz precisa ter nem que seja uma razão egoísta pra viver, precisa do sonho, do desejo, da coragem, precisa se fortalecer tb nas pequenas coisas, assim como faz o medo. Até o momento que serão tantas as razões pra luz brilhar mais forte, que não sobre sombra pro medo se esconder.
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