segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Se perder...

Vivemos sob conceitos, coisas que entendemos e aceitamos. Enquanto tudo está da maneira esperada, ótimo, mas quando algo novo surge, quando lidamos com uma situação desconhecida e não sabemos bem o que fazer, nós nos perdemos?
A idéia é de que sejamos capazes de lidar com tudo, ao menos com a maioria das coisas, e nos preparamos pra isto.
Mas quando as coisas ficam confusas, quando aparentemente não damos conta ou, como costumo dizer, não conseguimos lidar, estamos perdidos?
Bom, cada caso é um caso... Simples assim.
Primeiro, devemos partir do pressuposto que nosso "mundo" conhecido é limitado, ou seja, nos preparamos para aquilo que sabemos ou imaginamos saber. Em tese, dentro destas condições, estamos no controle.
O novo nos tira momentâneamente o controle, mas não chega a significar que estamos perdido, ao menos ainda não.
O novo precisa ser absorvido, compreendido para finalmente lidarmos.
De certa maneira, somos sugados para dentro do novo, uma força nos puxa. Quando intencional consultamos nossos "guias" de viagem para nos prepararmos.
Apreender o novo costuma ser assustador em suas várias formas, lembra dos tempos que começou a andar de bicicleta sem rodinha? Alguém ia segurando a bicicleta por trás até que sem vc perceber, soltava... Ao se dar conta que estava livre, vinha o medo, o susto... Mas, lidamos e saimos pedalando.
Quem segura a bicicleta nos conduzindo sabe o que vai acontecer, confia na sua capacidade de lidar e estará ali, ao seu lado, para as eventualidades.
Dificilmente vc estará sozinho(a), haverá sempre alguém para te dar a mão, alguém que já passou por isto, alguém que quer compartilhar, um companheiro de viagem, alguém que já é parte do novo... Vc pode optar por fazer isto sozinho, observando aqui e ali, ouvindo o que se tem a dizer, metendo a cara, etc...
Mas ainda assim, não estará perdido.
O novo amplia nossos horizontes, nos revela novas habilidades, novas emoções... O novo enriquece a vida, normalmente não só a sua. Pode ser muito intenso, assustador, mas vale a pena.
Mas estará perdido(a)?
Ainda não... Pode levar tempo, vai usar os recursos que tem, mas logo vc se encontrará, terá o controle de sua viagem, estabelecerá sua nova verdade.
O novo pode contradizer tudo que antes vc sabia, pode confrontar suas convicções, pode botar abaixo seu castelinho construído no decorrer de anos, mas isto não é uma desconstrução e sim uma ampliação do que vc é. Ganhar uma fazenda pode te fazer parecer um estranho ali, mas logo ela terá sua cara, seu jeito. Não estará perdido(a).
Então, o que é se perder?
Talvez o se perder nada mais seja do que o não lidar. Ficar amuadinho no seu canto vendo as paredes de seu pequeno espaço indo abaixo e nada fazer. Olhando o quanto se oferece para vc que nem sequer estende os braços pra sentir. No final das contas, o se perder é um ato indívidual, uma opção, uma anulação, uma ausência.
A outra maneira de se perder é esquecer de vc, de seus valores, do que vc é. Neste caso, se reencontrar, descobrir suas verdades, as esquecidas, é assustador, representa uma outra versão do novo. Levante-se e descubra-se ali.
Somos feitos de acertos e erros, se reerguer e seguir em frente, de ir aprendendo conforme caminhamos, de saber ouvir, de saber observar, de saber segurar a mão estendida... Somos mais bem sucedidos conforme nossa capacidade de compartilhar, das diversas maneiras possíveis, o simples compartilhar.
Não existe fuga quando simplesmente damos dois passos para trás para compreender a grandeza do novo, é como se afastar da montanha para ter sua real dimensão e buscar seus melhores caminhos, o se perder envolve simplesmente virar de costas...
Mas uma coisa é certa, o novo só vale a pena quando é feito para vc e por vc. O novo é a extensão de sua "propriedade", mesmo que compartilhada, sempre será seu ganho, te pertencerá, será sua recompensa.

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