Vc acredita ter o controle, imagina que tudo está em suas mãos até que escorregam por entre os dedos.
Vc leva sua vida sob a ótica de que tem total controle, que pode mudar os rumos quando quiser, que pode fazer escolhas por sua livre e espontânea vontade, mas...
Quando vai testar, se dá conta que não, que quem tem o controle não é vc, mas outra pessoa.
A grande arte do ser humano é fazer o outro acreditar que está no controle, simular aceitação, parceria, companheirismo, no entanto, olhando de perto, só está se beneficiando, te deixando confiante no papel que vc supõe ter para, no momento que for preciso, revelar sua verdade.
Observe que nem sempre é preciso, tudo pode funcionar bem, sem que haja necessidade de se revelar.
Outras vezes a brincadeira de parecer ao invés de ser é de ambos os lados, é conveniente aceitar e fingir seus papéis para que tudo fique bem.
Outras vezes é um jogo arriscado onde vc coloca o outro sob pressão de agir e/ou reagir, sabe-se lá quais serão as consequências, o tesão está justamente no jogo, no não saber o resultado.
Tb é comum se enganar, mesmo sabendo que não está no controle, se insiste em imaginar que está, ameniza algumas sensações difíceis de lidar.
O excesso de confiança tb é um inimigo, impede de perceber o cenário a sua volta, os movimentos do tabuleiro e quando se dá conta, caiu na armadilha.
Em alguns momentos é só preguiça, basta acreditar que estamos no controle, algumas vezes até estivemos, mas por preguiça deixamos o jogo virar.
O que importa é que, na maioria das vezes, a situação ilusória de estar no controle é ruim, tem efeitos ruins em nossas vidas. Ao menos quando nos damos conta de que não temos ou quando perdemos, de repente os papéis se invertem e pronto, como lidar?
Talvez devamos pensar se temos condições efetivas de ter o controle, nem todo mundo está habilitado pra estar no comando da própria vida e atos.
Algumas vezes é até vantajoso ceder o controle, se bem que relações de parceria são bem mais ricas, onde existe o compartilhar ao invés do se submeter.
Mas para ceder, transferir o controle, existe o mérito, quem tem o controle deve merecer, ter condições de estar ali, senão...
A troca de posições deve ser respeitosa, elegante até, a força pode até ser aceitável por algum tempo, mas não perdura sem conteúdo, sem o mérito.
Não dá pra se conquistar o controle dando rasteira, jogando sujo, apelando pra força, etc... Muito menos aceitar esta troca quando se dá sob essas condições.
Consciente de seu papel, de suas expectativas, faça prevalecer, jamais ceda, não se deixe enganar, não acredite em contos da carochinha...
Nem o passado nem a expectativa do futuro são bons argumentos. O que passou, passou, talvez nunca volte. O que virá é só uma visão embaçada, uma torcida para que aconteça. Contra fatos, não há argumentos.
Não tem como ser feliz vivendo num papel que não é seu, sem ter o mínimo controle sobre sua vida e decisões. Não tem como conceder espaço, em alguns casos isto tem outro nome: invasão.
Se teu papel é ter o controle, se teu papel é pleno quando se compartilha, lute, faça prevalecer quem vc é, não ceda, não se entregue, nãos e submeta, não se negue a ser quem vc de fato é.
Acima de tudo, acredite em vc, a realidade depõe a seu favor.
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