quinta-feira, 12 de julho de 2007

A Jovem e o Abismo.

Gosto de ficar olhando o abismo e pensando em tudo. Pensando e criando problemas que eu tenho que resolver antes de morrer (se tudo der certo, eu ainda tenho no mínimo uns 50 anos...).
Coisas como aprender a mentir, entrar para o greenpace, saber nadar, mergulhar com golfinhos...
Mais o que mais me assombra é "ser importante". Talvez por que hoje em dia, ninguém mais se sente realmente importante pelo elevado número de pessoas que te falam "bom dia!" só por costume, ou que falam "te amo" com a mesma frequência que dizem "oi!". Pessoas que perguntam "tudo bem?" mas na verdade, elas não se importam se você está realmente bem.
E eu fico parada, olhando o abismo e pensando se eu sou como ele. Um buraco! Um grande buraco que surpreende por determinar seus limites, e ninguém chega perto o suficiente pra saber até onde ele vai, por medo de se machucar.
Todos o respeitam, mas à distância. E eu fico me perguntando se o número de pessoas que param para admirar o grande abismo, param pra ver o grande buraco que existe dentro de mim.
Talvez seja esse o meu problema... Não são as pessoas que não querem se aproximar. Sou eu que não deixo ninguém chegar perto pra não me machucar, e não machucar ninguém.
Sim! Realmente, eu sou como um abismo...
Antes de morrer eu ainda quero mergulhar numa piscina de chocolate; beber até cair; ir pra Disney, fazer e participar de um filme, fugir de casa, pintar meu quarto com tinta guache... Mas o mais importante, é deixar de ser um abismo, para ser realmente importante!
Amanda Kutah

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